Cristãos Iraquianos temem Estado Islâmico e tambem os Curdos
Olá, Antonio Carlos Martins Bastos:
A
equipe da CitizenGO voltou do Iraque há alguns dias. Tive a oportunidade de
falar com eles, e me contaram coisas incríveis. Tatiana falou sobre o medo. Escutaram explosões causadas por bombas muito perto de onde estavam. Os solados com os quais conversaram disseram-lhes que não deveriam tocar em nada, para que não houvesse risco de detonar alguma bomba.
Helicópteros sobrevoavam a região constantemente...
Os cristãos iraquianos também sentem medo. Temem o Estado Islâmico, mas também os curdos, que têm protegido os cristãos, mas são muçulmanos e nunca se sabe até que ponto estão decididos a defendê-los, pois quando o Estado Islâmico chegou na região foram as forças curdas que abandonaram os civis...
Nossa equipe já regressou, mas a guerra continua. Em Mosul, a batalha é casa a casa. A libertação ocorre de modo muito lento.
Tampouco os cristãos de Qaraqosh sabem quando poderão voltar para suas casas. Os cristãos permanecem em seus alojamentos provisórios. Não sabem se poderão voltar. As igrejas foram destruídas e suas casas também.
Nosso diretor de campanhas na Alemanha, Eduard Pröls, me enviou uma fotografia impactante de uma senhora que se desesperou ao ver sua casa completamente destruída:
Se quiser ver o álbum de fotografias de nossa expedição #HelpForIraq, deixo o link:
O trabalho da Igreja consiste em evitar o exílio. Na Quinta-feira Santa, a equipe participou dos ofícios em uma das igrejas destruídas pelo Estado Islâmico. As celebrações foram realizadas em um altar provisório porque o original foi destruído pelo Estado Islâmico... Porém, a igreja estava repleta de pessoas. Não cabia nem sequer uma alma a mais!
Como no Domingo de Ramos. Fiquei impressionado ao saber que milhares de cristãos desabrigados balançavam seus ramos em um acampamento de refugiados ao grito de 'Hosana'!
Realmente os cristãos perseguidos são um exemplo para toda a Igreja.
Mas a verdade, Antonio Carlos Martins Bastos, não é fácil. Na última década, saíram do país cerca de 80% dos cristãos.
É um verdadeiro drama. Muitos episódios do Antigo Testamento ocorreram em terras que correspondem ao que hoje é o Iraque. É o berço de nossa fé. Os cristãos já estavam lá antes da chegada do Islã.
Mas hoje são assassinados e perseguidos...
O desaparecimento do cristianismo no Iraque seria uma tragédia porque os cristãos são fundamentais para a convivência pacífica entre as diferentes etnias que vivem na região.
Como disse um bispo que conversou com nossa equipe, os cristãos iraquianos são como o sal: poucos, mas necessários para que o prato tenha sabor.
Mas estão desaparecendo. Por isso, nosso trabalho de apoio a eles tem sido direcionado para apoiá-los na reconstrução:
· Apagamos
pichações feitas por membros do Estado Islâmico.
· Demos um
curso sobre a importância da educação para
garantir o futuro e o desenvolvimento.
· Colaboramos
com uma clínica por meio da doação de medicamentos.
· Colaboramos
com ajuda financeira para construir moradias
estudantis a fim de apoiar os jovens em seus estudos.
· Reconstrução
do colégio de Tel
Esqof, que será reinaugurado em setembro.
· Apoiamos as
ONGs que colaboram com a distribuição de alimentos e de itens de necessidade
básica aos cristãos perseguidos.
Atenciosamente,
Guilherme Ferreira e toda a equipe da CitizenGO
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