Em mesquita, Brasil celebra primeiro lugar em liberdade religiosa
Brasil está na frente dos Estados Unidos em liberdade religiosa, de acordo com o Centro de Pesquisa Pew
Julio Severo
O Brasil perdeu a copa mundial de
futebol no ano passado, mas pelo menos está sendo celebrado por alcançar o
primeiro lugar em liberdade religiosa no final de abril, de acordo com um estudo
recente do Centro de Pesquisa Pew, numa reportagem do Serviço Noticioso
Religioso.
Encontro ecumênico na Mesquita Brasil |
Entre os 25 países mais populosos,
o Brasil está no primeiro lugar em liberdade religiosa, até mesmo na frente dos
Estados Unidos, de acordo com um estudo do Centro de Pesquisa Pew.
O xeique Abdel Hammed Metwally,
líder religioso da Mesquita Brasil, disse: “Esta será a primeira de muitas
reuniões.” Ele frisou que o evento mostrará ao “mundo como o Brasil sobressai em
posição de líder, tolerando e pacificamente acomodando os credos mais
diversos.”
Entre os palestrantes estava o
Élder D. Todd Christofferson, membro do Conselho dos Doze Apóstolos da Igreja de
Jesus Cristo dos Últimos Dias (mórmon). Ele disse: “Incentivo vocês a se
apegarem com firmeza às liberdades que vocês forjaram em seu país e assumir uma
liderança corajosa na promoção da liberdade religiosa no mundo
inteiro.”
Sobre o primeiro lugar do Brasil em
liberdade religiosa, a Fundação de Fé Tony Blair (FFTB) disse:
“O nível elevado de liberdade
religiosa no Brasil é notável enquanto o país comprovadamente passa por uma das
mudanças religiosas mais dinâmicas do mundo hoje, sem nenhum conflito
religioso ou sectário. À luz de pesquisas recentes que mostram que a
religião está crescendo mundialmente, o exemplo brasileiro é digno de frisar e
compreender, especialmente quando dia a dia testemunhamos casos no mundo inteiro
do papel da religião em situações de conflito. O Brasil é excepcional em termos
de liberdade religiosa. Entre os 26 países mais populosos do mundo, o Brasil tem
as restrições mais baixas à liberdade religiosa. O Brasil tem restrições mais
baixas, aliás, do que o Reino Unido e os Estados Unidos, onde as restrições
estão aumentando.”
A FFTB também disse sobre o Brasil,
“não tem havido incidentes registrados de hostilidade por causa de conversões ou
proselitismo.”
O Brasil tem a maior população
católica do mundo, mas a liberdade religiosa não era uma tradição brasileira por
muito tempo. Enquanto nos EUA, a maior nação protestante do mundo, os católicos
gozavam de liberdade significativa nos séculos XVII e XIX, no Brasil os
protestantes não gozavam de mínima ou nenhuma liberdade. Até mesmo no século XX,
os protestantes eram perseguidos no Brasil, e essa perseguição não era meramente
críticas, mas perseguição física e econômica.
O fato de que o Brasil foi
congratulado por uma distinção suposta de tolerância pacífica e liberdade
religiosa é muito estranho, e mais estranho quando tal distinção é celebrada
numa mesquita.
Na década de 1990, sob o presidente
marxista Fernando Henrique Cardoso, o Ministério da Educação instruiu as escolas
do Brasil a lidar com a feitiçaria, ou religiões afro-brasileiras, como mera
“cultura” inofensiva.
Na década passada, sob o governo
socialista de Lula, o governo brasileiro avançou esse conceito, ao tratar os
adeptos da feitiçaria como “minorias oprimidas” e ao tratar a pregação cristã
contra a feitiçaria como “crime de ódio.” As religiões de feitiçaria são em
grande parte da Umbanda e Candomblé.
A pregação cristã tradicional
contra a feitiçaria começou a ser rotulada de “perseguição” contra “minorias
oprimidas,” e os líderes de feitiçaria tiveram permissão de acompanhar a
delegação brasileira na ONU para expressar suas denúncias contra a “opressão”
dos evangélicos brasileiros contra os adeptos da Umbanda e
Candomblé.
As denúncias principalmente foram
feitas por Ivanir dos Santos, um pai-de-santo do Rio de Janeiro. Ivanir
denunciou na ONU “um novo tipo de perseguição religiosa no Brasil, que tem como
alvo os terreiros de candomblé e os praticantes de cultos africanos, em atos
provocados por neopentecostais.” O Brasil, disse ele, “é o único país que mantém
o culto trazido pelos escravos e essa prática tem de ser
defendida.”
A “opressão” denunciada por ele
consiste em grande parte de evangélicos em programas de TV onde ex-adeptos da
Umbanda e Candomblé deram testemunho sobre suas experiências passadas na
feitiçaria e como Jesus Cristo os havia liberto, principalmente de espíritos
demoníacos.
Não eram testemunhos de adeptos da
Umbanda e Candomblé sendo assassinados por evangélicos, especialmente da linha
renovada, pentecostal e neopentecostal, mas testemunhos deles sendo
transformados por Jesus Cristo.
Esses programas de TV têm sofrido
censura. No ano passado, vídeos do YouTube contendo testemunhos de ex-adeptos
das religiões afro-brasileiras que hoje são pentecostais foram removidos por
ordem judicial, por incitação de Ivanir dos Santos. Em sua decisão, o juiz
declarou que os testemunhos deles não eram contra uma religião, mas contra uma
“cultura.”
Essas perseguições judiciais não
são apenas contra pentecostais.
Em 1998, um juiz no estado da Bahia
havia ordenado o confisco de um livro escrito pelo padre católico Jonas Abib, em
que ele condena a feitiçaria como imoral, conforme reportagem de LifeSiteNews,
que disse:
“O livro ‘Sim, Sim! Não, Não!
Reflexões de Cura e Libertação’ adverte os leitores contra os perigos do
ocultismo, inclusive as religiões afro-brasileiras conhecidas como
‘espiritualismo.’ De acordo com o site do Pe. Abib, o livro já teve 81
reimpressões e vendeu mais de 400 mil exemplares. ‘Pe. Jonas, assim como Paulo,
ousadamente denuncia as obras das trevas, levando o leitor a se conscientizar
sobre o controle da mente, a ioga, a astrologia, a magia e a evocação dos
mortos, revelando a verdade sobre as obras das trevas, com as quais é preciso
romper urgentemente,’ diz um resumo do livro postado no site dele. O promotor
público Almiro Sena, porém, acusa Abib de ‘fazer declarações falsas e
discriminatórias sobre o espiritismo e sobre as religiões da África, como a
Umbanda e o Candomblé, assim como incitação flagrante à destruição e desrespeito
a seus objetos de culto.’ Ele acrescentou que a violação é mais grave porque ‘a
Constituição estadual [da Bahia] diz que é obrigação do Estado preservar e
garantir a integridade, respeitabilidade e permanência dos valores das religiões
afro-brasileiras.’”
O governo passado de Lula e o atual
governo de Dilma Rousseff (ambos os governos mais socialistas da história do
Brasil) tinham e têm políticas ativas para proteger as religiões
afro-brasileiras como “cultura” herdadas de escravos africanos. Enquanto as
tradições católicas e protestantes estão cada vez mais sendo banidas das escolas
e outros locais governamentais porque o Estado é “laico,” as religiões
afro-brasileiras e suas práticas estão fazendo incursões, com assistência
estatal, nas escolas e outros lugares, de forma privilegiada. Pois o
Cristianismo é religião, e as religiões afro-brasileiras são
“cultura.”
Com tais proteções estatais, até os
negros brasileiros são proibidos de criticar os deuses afro-brasileiros,
conforme relatado por mim no WND:
“No Rio, um pastor pentecostal
levou um criminoso a Jesus e o convenceu a se entregar à polícia. O Pr. Isaías
da Silva Andrade acompanhou o ex-criminoso à polícia e quando lhe perguntaram
como a vida dele havia sido transformada, o pastor respondeu que o ex-criminoso
vivia sob a influência de demônios das religiões afro-brasileiras que o
inspiravam a se envolver com conduta criminosa, mas agora ele encontrara
salvação em Jesus. Por causa desse relato inocente, o Pr. Isaías está agora
sofrendo ações criminais por discriminação contra a ‘cultura’ afro-brasileira!
Se condenado, ele cumprirá sentença de dois a cinco anos de
prisão.”
Como filho de uma ex-líder de
Umbanda que aceitou o Evangelho de Jesus Cristo, não vejo problema em falar a
verdade sobre a feitiçaria que vem da África. Aliás, os brasileiros se lembram,
quando não existia a ameaça de censura racial politicamente correta, dos
escândalos regulares noticiados pelos meios de comunicação de pais-de-santo
envolvidos em muitos sacrifícios de crianças.
No passado, os jornais eram livres
para noticiar e denunciar sacrifícios de crianças nas religiões
afro-brasileiras. Você pode encontrar notícias antigas sobre esses crimes
envolvendo estupros e assassinatos de crianças cometidos por pais-de-santo. Mas
hoje em dia, sob o olho monitorador do Estado, só reportagens bajuladoras são
permitidas, tais como “religião” oprimida, religião “ameaçada,”
etc.
Hoje, a mídia brasileira não mais
noticia sobre pais-de-santo que sacrificam crianças. E não quer falar sobre
outros crimes relacionados.
Quando o pastor pentecostal
Francisco de Paula Cunha de Miranda foi morto a facadas por um pai-de-santo em
2008, a imprensa brasileira permaneceu em silêncio.
Miranda, de 47 anos, foi
assassinado no Rio Grande do Sul. Ele era negro (e não pode, nem depois de sua
morte, ser acusado de “racismo”) e estava no 33º dia de jejum de uma campanha de
oração quando o pai-de-santo Júlio César Bonato, sob possessão da entidade
“cultural” exu caveira, saiu do terreiro em pleno ritual para ir até o
pastor.
O pai-de-santo voltou a seu ritual
com sua faca ritualística ensanguentada.
O pastor, que estava bem fraco
devido ao longo jejum, foi morto a golpes de faca.
A imprensa brasileira permanece em
silêncio sobre esse assassinato horrendo até hoje.
Em 2010, um grupo de adeptos da
Umbanda matou a facadas outro evangélico, Nilton Rodrigues, de 34 anos, e feriu
outros, inclusive um pastor evangélico, João Carlos de Oliveira. De novo, a
imprensa brasileira ficou em silêncio.
Estou preocupado que a proteção
especial às religiões afro-brasileiras possa ter sido fortalecida por
Condoleezza Rice, uma
famosa filha de um pastor presbiteriano americano. Em 2008, ela foi ao Brasil para
fortalecer as raízes das religiões afro-brasileiras. O exemplo dela mostra que
as religiões afro-brasileiras são agora um interesse internacional.
Como no caso da homossexualidade, a
mera crítica à bruxaria é tratada como “preconceito, discriminação,
intolerância,” etc. Agora, até livros católicos criticando a bruxaria são
proibidos.
As práticas afro-brasileiras que
sempre foram vistas como feitiçaria pela sociedade brasileira estão cada vez
mais sendo protegidas pelo governo e mídia do Brasil. E o Cristianismo e seus
valores estão cada vez mais perdendo proteção e até sendo atacados por
eles.
A sodomia, que tem sido exaltada e
recebido a condição de um direito humano especial pelo governo socialista
brasileiro, é em grande parte praticada pelas religiões afro-brasileiras, onde
seus deuses e espíritos seduzem e levam seus adeptos, especialmente seus
sacerdotes, à prostituição, inclusive a homossexualidade.
O que tem sido designado de
“liberdade religiosa” no Brasil é meramente as elites socialistas seguindo
tendências politicamente corretas, especialmente dos EUA, onde a
homossexualidade é agora culturalmente santificada e direitos cristãos são
subordinados aos caprichos homossexualistas. O Brasil está seguindo essa
tendência. A homossexualidade é agora incriticável no governo e mídia do
Brasil.
Junto com a homossexualidade, o
islamismo é agora a nova tendência incriticável no Brasil.
A celebração numa mesquita do
Brasil como campeão de “liberdade religiosa” mostra que o Brasil está seguindo
com total submissão as tendências esquerdistas dos EUA. E se os EUA não estão no
primeiro lugar em tal “liberdade religiosa,” por que o Brasil? Pode um discípulo
estar acima de seu mestre?
Tente criticar o islamismo no
Brasil. Em 2009, quatro jornalistas muçulmanos fizeram queixas contra mim no
Ministério Público Federal por causa de textos em meu blog criticando o
islamismo.
Queixas também foram feitas por
militantes homossexuais e adeptos da bruxaria contra meu blog.
Esta é a liberdade religiosa do
Brasil.
O evento numa mesquita do Brasil
celebrando o suposto primeiro lugar do Brasil em liberdade religiosa é bom para
o islamismo e é bom para a bruxaria brasileira.
Mas não é bom para os cristãos que
são ex-adeptos dessas religiões, os quais sofrem discriminação, repressão e
censura por dizerem a verdade sobre seu sofrimento nessas
religiões.
O Brasil está sendo lançado ao
primeiro lugar de uma liberdade religiosa às custas dessas vítimas silenciosas
da opressão da bruxaria.
Mesmo assim, o xeique Abdel Hammed
Metwally, líder religioso da Mesquita Brasil, garantiu: “Esta será a primeira de
muitas reuniões.”
As mesquitas serão agora
plataformas politicamente corretas para apresentar ao mundo um Brasil campeão em
liberdade religiosa às custas dos cristãos e sua liberdade de
expressão?
Versão em inglês deste artigo: At Mosque, Brazil Celebrates First Place in Religious
Freedom
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